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REITORIA E PRÓ-REITORIA DA UFMG DEMONSTRAM APOIO À GREVE

Na noite desta terça-feira, 19, o Comando de Greve do SINDIFES se reuniu com a Reitora da UFMG, Sandra Goulart Almeida, com a Pró-reitora de Recursos Humanos, Maria Márcia Magela Machado e com a Pró-reitora Adjunta de Recursos Humanos, Leônor Gonçalves. 


Durante o encontro, a Coordenadora Geral do SINDIFES, Cristina del Papa, relatou como está sendo a negociação com o Governo Federal, passando pela Mesa Nacional de Negociação Permanente (MNNP), na qual ocorreu a discussão da recomposição salarial emergencial de 9% a partir de maio de 2023 e o reajuste dos benefícios; pela Mesa Específica e Temporária, instalada para os TAE e docentes no dia 04 de setembro para discutir a reestruturação da carreira e a recomposição salarial; pela campanha salarial de 2024; e pelo anúncio do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) feito na reunião da MNNP do dia 18 de dezembro do ano passado ‒ recomposição salarial de 9% (sendo 0% em 2024, 4,5% em 2025 e 4,5% em 2026) e aumento dos benefícios.

Cristina terminou a exposição com a reunião ocorrida em 22 de fevereiro de 2024, portanto, seis meses depois da sua abertura, na qual o MGI não disponibilizou nenhum recurso novo além daquele que já havia sido apresentado. 


A Coordenadora Geral do SINDIFES lembrou que as Mesas da educação (TAE e docentes) foram as primeiras a serem instaladas e que o Governo já fechou acordo com 14 Categorias ‒ inclusive com a Polícia Federal ‒ e após 6 meses ainda não conseguiu realizar uma negociação efetiva com os servidores, com os recursos necessários para a reestruturação da carreira e a recomposição salarial dos Técnico-Administrativos em Educação. 


Após o relato, explicou que a greve não é contra o Governo Federal, mas pela valorização de fato da educação e dos trabalhadores da educação, conforme tem sido afirmado pelo presidente Lula e pelo ministro da Educação, Camilo Santana, em todos os seus discursos nos vários eventos que eles têm participado. Cristina deixou claro que a valorização dos servidores da educação perpassa pela reestruturação da carreira e recomposição salarial, por isso a Categoria está em greve desde o dia 11 de março. Terminou dizendo que a greve está muito forte em todas as instituições, principalmente na base do SINDIFES, e que a expectativa é de uma greve rápida, de 30 dias.


O Comando de Greve também fez uma análise de conjuntura do momento político e da perda de popularidade do Governo, sendo que grande parte dessa perda é devido ao descontentamento dos servidores pela demora e falta de efetividade nas Mesas de Negociação, principalmente com a não revogação dos atos e legislações da era Bolsonaro, entre elas, a IN 54, que foi reeditada como IN 49/2023 pela atual gestão. 


Demandas da Categoria


Ao término da avaliação de conjuntura, a Direção do Sindicato e o Comando de Greve apresentaram as demandas da Categoria. A primeira foi a solicitação de reafirmação da Reitoria em relação ao não corte de ponto. A Reitora Sandra Goulart reafirmou que não haverá corte de ponto e lembrou que esse é um posicionamento histórico da UFMG e dos Reitores e Reitoras de não cortar ponto dos servidores que fazem adesão ao movimento paredista.


A segunda solicitação foi a publicação de notas de apoio à greve da Categoria da Reitoria e do Conselho Universitário. A Reitora disse que fará um pronunciamento em sua rede social e proporá aos membros do Conselho Universitário a aprovação de nota de apoio às reivindicações dos TAE pela reestruturação da carreira, a recomposição salarial e a justeza da greve.


A terceira solicitação foi sobre o Termo de Acordo de Greve em relação às atividades represadas ou horas trabalhadas. A Coordenadora Geral do SINDIFES solicitou a Reitora e as Pró-Reitorias o início de reflexão para a construção de entendimento, para que o pagamento das horas não trabalhadas sejam total ou parcialmente pagas com cursos de capacitação. Afirmou que essa seria uma forma de capacitar os servidores com essa obrigatoriedade. A Reitora e as Pró-Reitoras responderam que vão analisar e que essa possibilidade pode ser discutida e construída.


A quarta solicitação foi a discussão da possibilidade dos setores da Pró-reitoria de Recursos Humanos (PRORH) apresentarem aos TAE programas e trabalhos que estão sendo realizados. Cristina disse que o movimento paredista tem uma parcela muito grande de novos servidores que ainda não conhecem a Universidade e a PRORH, e que essa seria uma excelente oportunidade de conversar diretamente com eles, durante as atividades de greve. Colocou ainda que essas atividades poderiam contar como horas a serem negociadas ao final da paralisação. A Pró-reitora de Recursos Humanos, Maria Márcia Magela, relatou que achava a proposta boa, mas não poderia dar resposta naquele momento, pois tem várias pessoas nos vários setores da PRORH em greve ou em vias de sair de greve.


Ao final da reunião, a Reitora e as Pró-Reitoras afirmaram que as reivindicações são legítimas e demonstraram apoio ao movimento paredista.


Serviços Essenciais


As dirigentes da UFMG se mostraram preocupadas com o funcionamento dos serviços essenciais da Universidade, principalmente aqueles relacionados ao Hospital das Clínicas e ao Hospital Veterinário. Em resposta, a Coordenadora Geral do SINDIFES ressaltou que essas atividades serão respeitadas, como sempre ocorreu. 


Ainda de acordo com Cristina, nesta sexta-feira haverá uma Assembleia que terá como pauta a criação de um Grupo de Trabalho que ficará encarregado de atualizar (e manter atualizado) o documento do Sindicato com a relação das atividades que devem ser mantidas durante a greve. 


Mestrado Profissional


Ao final da reunião, a Reitora Sandra Goulart deu a notícia que a UFMG  finalmente conseguiu aprovar, através do PROFIAP, o Mestrado Profissional. Demanda essa muito antiga e cobrada dos Reitores Campolina, Jaime e dela pelo SINDIFES. Mais informações serão dadas em matéria específica sobre o tema.


Stock Car


A Reitora fez uma explanação sobre o posicionamento contrário da Reitoria, da comunidade universitária e dos moradores do entorno em relação a realização da Stock Car na Pampulha. Disse que a UFMG entrou com reclamação no Ministério Público, procurou o atual prefeito e nada adiantou. Disse também que tem recebido ameaças pelo posicionamento e que a opinião da UFMG está estampada nos meios de comunicação da Universidade. A instituição construiu um hotsite com todas as informações, notas e ações contrária a Stock Car. (click aqui para acessar)

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